João Emílio rumo à Holanda

Em fase de treinamentos, João Emilio Vasconcellos se prepara como um dos dois representantes do Brasil para o Mundial de Vela Jovem, na Holanda. Ele acaba de passar, a convite da Confederação Brasileira de Vela, por um treino especial, entre a última sexta-feira (21) e terça (25), no Iate Clube do Rio de Janeiro.

“A gente teve bastante treinos táticos para simular regatas como se fosse mesmo um campeonato”, contou o jovem atleta, que ficou entre os 22 melhores do mundo na classe Laser Radial no Mundial da Juventude, em Auckland, na Nova Zelândia, em dezembro de 2016.

Já são mais de 280 atletas inscritos no masculino até 19 anos e 111 no feminino. O Campeonato será realizado na cidade de Medemblik, entre os dias 11 e 18 de agosto. João Emílio embarca no dia 6 para o país. O outro representante brasileiro é Andrey Godoy, de Foz do Iguaçu.

Sócio em foco: Nelson Piccolo

Foi com um inusitado caiaque a vela que o menino Nelson Piccolo tentou velejar pela primeira vez. “Na época, a gente chamava o barco de rema-rema. Chegou a hora de reformar o barco e fizemos uma vela com um lençol. A favor do vento, até que funcionava, mas a gente tinha de remar de volta”, conta, entre risadas, o primeiro campeão mundial entre os esportistas do Rio Grande do Sul.

O título, obtido em 1967 na classe Snipe, foi o maior feito, mas não o único na carreira de Piccolo, um dos mais antigos sócios do Clube Jangadeiros. “Virei sócio há 67 anos. O clube só existia há nove”. Com uma memória prodigiosa, recorda detalhes de regatas pelo mundo e de uma paixão por barcos que começou aos dez anos. “Era muita brincadeira. Não tinha nem roupa de borracha. Hoje as pessoas entram na escolinha. Conosco, os mais velhos ensinavam aos mais jovem como o barco funcionava, aí a gente ia de proeiro por um tempo até assumir o timão”.

Aos 13 anos, no entanto, o adolescente já competia contra os adultos e, para surpresa geral, logo aos 15, em 1955, foi, junto com Gabriel Gonzales, seu primeiro parceiro, Campeão Brasileiro em Natal (RN). A dupla repetiu o título no ano seguinte e também em 1958, 1959 e 1960.

Em 1959, Piccolo e Gonzales chegaram a vencer uma regata no primeiro Mundial da Classe Snipe, que reuniu equipes de 16 países em Porto Alegre, mas Gabriel sofreu uma lesão e o parceiro, competindo junto com Waldemar Bier, acabou na 11ª posição – a dupla campeã foi os dinamarqueses Paul Elvstrom e Erik Johansen.

Desfile em carro de bombeiros, primeiros campeões gaúchos

Ao se formar em Medicina, em 1961, Gonzalez decidiu se dedicar à nova carreira e se mudou para o Rio de Janeiro. Mas Piccolo prosseguiu e formou uma nova dupla com Carlos Henrique De Lorenzi. Começava o seu auge. Em 1967, os dois foram campeões dos Jogos Pan-Americanos, em Winnipeg, no Canadá, e campeões mundiais, em Nassau, nas Bahamas. “Foi um acontecimento. Na volta, desfilamos em carro dos bombeiros, pois fomos os primeiros campeões mundiais gaúchos”.

A dupla Piccolo/ De Lorenzi ainda disputaria mais um Mundial, em Luanda, Angola, ficando em quinto lugar, antes de ser desfeita. Depois do título mundial, Piccolo disputou competições em outras categorias, acumulando prêmios na Finn, Hobie Cat 14, na qual foi oito vezes campeão brasileiro entre 1972 e 1982, Hobie Cat 16, Supercat 17 e em barcos de Oceano. Ainda que tenha deixado as competições nos anos 80, não deixou de lado os barcos. Já foi homenageado com várias regatas e, ainda frequentador do clube, não deixa de velejar: “Dou minhas navegadas”.

A esta altura, ele já desenhava e criava desde 1961 as próprias velas: “Eu não estava muito satisfeito com o rendimento das velas que usava, então passei a fazer as minhas”. Só existiam no Brasil velas de algodão egípcio e Piccolo começou na casa dos pais a confeccioná-las no tecido importado Dacron (produto da DuPont), sendo um pioneiro no uso de poliéster no Brasil.

Do uso particular, o negócio evoluiu para uma veleria completa. Instalada no tranqüilo bairro residencial de Vila Conceição, na Zona Sul de Porto Alegre, a Nelson Piccolo Sails está completando 50 anos. Era administrada em parceria com a mulher, Dircinha Piccolo, falecida em 2016. A empresa chegou a exportar as velas da classe Snipe. Na época, o velejador ainda participava de campeonatos e as vitórias serviam de propaganda dentro e fora do Brasil.

Ainda hoje ter uma vela Piccolo é considerado sinal de prestígio entre velejadores. As solicitações dos clientes passaram a exigir outros produtos e o negócio evoluiu fabricando capas, lonas e comercializando todos tipos de acessórios náuticos. A empresa hoje tem a participação dos dois filhos do velejador: Daniela Piccolo é responsável pela administração enquanto seu irmão, Nelson Piccolo Filho, é o “sailmaker” (fabricante de velas).

As primeiras velas de poliéster foram fabricadas pela marca Piccolo

Nelson Piccolo (à esquerda) e Gabriel Gonzales (ao centro), venceram
o 1º Campeonato Brasileiro de Snipe, em 1955, Natal

A marca Piccolo Sails tem tradição de cinco décadas

Beleza e parceria na 6ª Velejada na Lua Cheia

O cruzeirista Henrique Freitas convida para o prazeiroso passeio no dia 8 de agosto, terça-feira, com saída às 18h45min do Farol do Clube e retorno em torno das 20h30min. A confraternização será regada a um caldo quente e galinhada com arroz, por R$ 35, por pessoa, sem bebidas. Mais informações na esportiva@jangadeiros.com.br ou (51) 30.94.57.64.

“Estar na água em um dia fora do ordinário, em um horário fora do comum, ver o pôr do sol, descobrir o brilho das estrelas, escutar o barulho da água no casco, curiosos para ver onde mesmo vai nascer a Lua, e assistir da água a esse momento majestoso, onde ela cresce no horizonte e a tudo ilumina. É simplesmente fantástico e gratificante. Venham todos!”

Henrique Freitas, diretor de Cruzeiro

 

 

Crédito: Henrique Freitas

Conheça mais o sócio Luiz Fernando Velasco e o seu livro Caminhos da Lagoa dos Patos

Na primeira vez em que o sócio Luiz Fernando Velasco viajou de navio de Porto Alegre a Pelotas, a hidrovia ainda era um dos meios de transporte mais importantes entre a capital e o restante do Estado. O navio se chamava Cruzeiro, a viagem durava 12 horas e tinha muito de aventura. “Tinha 18 ou 19 anos, então foi em 1953 ou 1954. Esse naviozinho tinha o fundo chato, balançava muito. Aconteceu uma tempestade e todo mundo ficou enjoado”, contou o dentista e professor, hoje com 82 anos.

Foi também a primeira vez em que Velasco navegou pela Lagoa dos Patos e o começo de um fascínio que o fez, em 1990, lançar o livro “Caminhos da Lagoa dos Patos”. A obra, hoje esgotada, reúne informações e histórias sobre o segundo maior lago da América do Sul – com 10 mil km², perde apenas para o Maracaibo, na Venezuela. “Tem lugares ali em que não se enxerga a outra margem”, disse.

O transporte de passageiros hoje se resume ao catamarã que faz a ligação entre Porto Alegre e Guaíba, mas os navios de cargas ainda utilizam a Lagoa dos Patos. “Continua sendo bastante usada e devia ser ainda mais, mas precisa ser dragada em certos pontos para o trânsito ganhar maior eficiência”. A profundidade média é de 6 metros, mas na entrada do Guaíba chega a ser dez vezes maior. “Tenho mapas de 1800 e poucos que mostram que era um metro mais profunda, mas foi assoreando e ficando mais rasa”.

Comodoro do Clube Jangadeiros em duas gestões, membro efetivo do Conselho e integrante da Comissão de Ética, Velasco, claro, já navegou pela lagoa: “Tomei uns bons sustos por lá. A gente sai prometendo não voltar, mas volta. A margem voltada para o mar é muito baixa e o vento vem com força total. As ondas chegam a 2,3 metros. Quando se vai entrar na lagoa tem que conhecer isso”.

Giuseppe Garibaldi também usou a lagoa para fazer escaramuças

contra os inimigos

É uma viagem empolgante, mas que exige cuidados. “Tem de usar a carta de navegação e o GPS. Tem bancos de areia com vinte quilômetros de comprimento”. A Lagoa dos Patos também foi palco de episódios históricos. Foi, por exemplo, navegando pelas suas águas que um navio de passageiros chegou a Porto Alegre com a delegação do Rio Grande, o primeiro time de futebol do Estado, para um jogo de exibição em 1903, levando à fundação do Grêmio. Durante a Revolução Farroupilha, no século XIX, o aventureiro Giuseppe Garibaldi também usou a lagoa para fazer escaramuças contra os inimigos.

“Fiz o livro na época para que o pessoal conhecesse mais sobre a lagoa”, explicou. Além de informações e fatos históricos, o sócio também é um conhecedor de histórias curiosas: “Teve uma regata em São Lourenço e na chegada o pessoal se deu conta: cadê um dos navegadores? Tinha caído do barco. Já estava todo mundo lamentando a morte quando ele apareceu no clube. Caiu em cima de um banco de areia e voltou caminhando com a água pela cintura”.

 

PARABÉNS TIAGO BRITO E ANTÔNIO ROSA!!!

Os atletas do Jangadeiros são os campeões da primeira Snipe Challenge, que ocorreu no último final de semana (22 e 23) no Iate Clube do Rio de Janeiro. A competição, de grande prestígio na Classe contou com 33 barcos.

O torneio também serviu de teste para o próximo desafio da dupla, o tão esperado Mundial de Snipe, em La Coruña na Espanha, entre 6 e 11 agosto.

“Ficamos muito felizes com essa vitória pois estávamos velejando em alto nível com grandes nomes da classe e ainda era um campeonato com um modelo totalmente novo para nós, num esquema de mata-mata. Felizmente conseguimos nos sair bem e nos preparar como gostaríamos para irmos à Espanha bem motivados e fazermos o nosso melhor”.

Antônio Rosa

 

GUILHERME PLENTZ SURPREENDEU E SUBIU AO PÓDIO NO BRASILEIRO DE WINDSURF

Talento e garra, a estreia do atleta na classe RS:X surpreendeu a ele mesmo. Guilherme Plentz subiu ao pódio na categoria Juvenil, ficando em 3º lugar. Na classificação Geral, conquistou a 5ª posição entre 27 atletas de sete Estados.

É o único representante da classe no Rio Grande do Sul.
“Fui para aprender porque comecei agora e acabei indo melhor do que eu esperava. Consegui testar meu nível na modalidade”, diz.

guilherme

Momento de emoção e boas lembranças marcou plantio com Comodorias e Conselho

Final de tarde com um pôr do sol espetacular, presidentes do Conselho, ex-comodoros e comodoria, acompanhados de suas esposas, aguardavam o momento para iniciar o plantio das mudas que selariam o encerramento da primeira fase do projeto Brisa Verde. O Hino Nacional e o do Rio Grande do Sul conferiram o tom solene ao momento. E as palavras do comodoro Manuel Ruttkay Pereira deram início à cerimônia que se estendeu aos brindes e jantar no restaurante da Ilha.

 “Nós estamos aqui para um momento muito importante que reflete o trabalho de várias comodorias, um trabalho incessante que tinha um objetivo comum, o de fazer com que o Jangadeiros tivesse uma área adicional para a gente cultivar os nossos bons hábitos que estão vinculados à água, à terra, à contemplação, à jogos.

Alerto que nós não estamos com as bandeiras totalmente hasteadas pelo falecimento de Liciê Hunsche, mãe do Barra Limpa. Lembro do ditado que diz  “que por trás de um grande homem tem uma grande mulher”, então eu diria que “atrás de um grande atleta tem uma grande mãe” e nós sabemos que atrás do Barra Limpa, do Walter Hunsche, tinha o pai e a mãe dele, que deixaram uma marca maravilhosa para nós, que é a nossa escola de Vela, tamanho era o reconhecimento que eles tinham em relação ao Jangadeiros e ao quanto o Clube tornou o Barra Limpa feliz.

Também preciso destacar os funcionários do Clube. Nós não teríamos isso tudo aqui sem o trabalho desmedido e sem o carinho que eles colocam em suas atividades, representados pela nossa gerente-geral Cristina.

Essas árvores ficaram reservadas aos ex-comodoros, a comodoria atual, aos ex-presidentes e ao presidente do Conselho e a algumas pessoas que tiveram a participação extremamente especial na consecução do projeto. Uma ação ousada, que obteve um aumento de área na Ilha, seguido de uma atuação junto as autoridades, adequando-nos ao que era exigido pela promotoria e Secretaria do Meio Ambiente.

Agora, encerrada a primeira fase do projeto, que também contou com a participação extremamente ativa dos associados, a próxima  etapa é cuidar muito bem dessas árvores para que os seus benefícios sejam desfrutados, nos próximos anos, por todo o nosso quadro social.

Comodoro Manuel Ruttkay Pereira

 Confira o álbum completo de fotos no link 

Guilherme Plentz estreia no Campeonato Brasileiro de Windsurf

Guilherme Plentz deixou a 29er e fará a sua estreia oficial na classe RS:X nesta sexta-feira (21), no Campeonato Brasileiro de Windsurf, na praia de Itamaracá, em Pernambuco. A competição segue até domingo (23) reunindo veteranos e iniciantes dos estados de Pernambuco, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Sergipe, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. “Gui” é o único representante da classe no Rio Grande do Sul. Em sua volta, a Jangada News vai contar melhor a história do atleta. Aguardem !

Aventura e conteúdo na agenda dos Cruzeiristas

Os Cruzeiristas já estão em alta velocidade na programação de agosto. Mesmo que você não tenha barco está convidadíssimo para a palestra/jantar sobre aventuras na Lagoa Mirim. Confira na Secretaria Esportiva: esportiva@jangadeiros.com.br ou 30.94.57.64.

Acompanhem:

8 de agostoterça-feira – Momento mágico da 6ª. Velejada na Lua Cheia. Convide amigos e não deixe de participar. Saída às 18h45min do Farol do Clube. No retorno, em torno de 20h30min, todos serão aguardados com um caldo quente e galinhada com arroz, por R$ 35, por pessoa, sem bebidas. Prêmio simbólico ao Fita Azul e ao penúltimo colocado.

12 de agosto, quarta-feira – Cruzeiraço Especial em homenagem ao Dia dos Pais. Largada às 9h da frente do Farol do Clube [canal] em direção ao Farol de Itapuã, praia do Sítio, e retorno às 17h30min. Almoço a bordo. Não é necessário inscrição.

16 de agosto – É a vez da palestra “Jangadeiros da Mirim”, às 18hh30min, no restaurante da Ilha, seguida de jantar por R$ 35. Bela oportunidade para conhecer mais sobre a Lagoa Mirim e se saborear com relatos e imagens das aventuras dos barcos Kauana III, de Paulo Angonese, e Graxaim, de Luiz Fernando Schram Pereira, durante quatro semanas de navegação em 2016 e em março deste ano.

Quem participou do Queijos e Vinhos em 2016 não esquece!

Aberto para sócios e não-sócios, você pode incentivar amigos a acompanhar este exclusivo momento de degustação no Jangadeiros. 

O restaurante da Ilha estará preparado para receber com pista de dança e DJ em agosto, no sábado (19), a partir das 20h. O investimento é de R$ 100, por pessoa.