O idealismo de Leopoldo Geyer, o fundador do CDJ
Neste domingo, dia 7 de dezembro, o Clube dos Jangadeiros comemora seus 73 anos de fundação. Uma história iniciada por iniciativa do empresário e desportista Leopoldo Geyer, preocupado em levar o esporte da Vela para a zona sul de Porto Alegre, em uma época que a prática do iatismo limitava-se à zona norte, ao longo do cais dos Navegantes. Leopoldo Geyer lançou a ideia de um clube na baía da Tristeza e em seguida adquiriu uma chácara à beira do Guaíba , um local privilegiado, com um prédio de moradia de veraneio em condições de ser transformado na primeira sede social .
Como nasceu a Ilha dos Jangadeiros
A ideia da implantação da Ilha dos Jangadeiros surgiu ainda na década de 40, quando Leopoldo Geyer publicou artigo na revista Yachting Brasileiro com uma perspectiva da futura ilha que seria necessária para abrigar barcos de maior porte, sujeitos à fúria do Minuano, o forte e frio vento que varre o rio Guaíba, especialmente nos meses de inverno e início da primavera.
Até o início dos anos 60 a Ilha era apenas uma idéia até que Geraldo Tollens Linck, comodoro na época, começou a trabalhar forte pelo projeto. Neste momento dois importantes personagens tornam possível o sonho do patrono Leopoldo Geyer na construção da Ilha dos Jangadeiros. Foram quase três décadas de muito empenho e de campanhas solidárias que uniram inúmeros sócios em busca de um objetivo comum: tornar realidade o que é hoje o maior patrimônio social, de lazer e do esporte de vela do clube. Nesta primeira etapa, que se iniciou em 1962, a Comissão para Construção da Ilha dos Jangadeiros era formada por Edwin Hennig, Edgar Siegmann, Cláudio Aydos, Edmundo Soares, Kurt Keller, Rodolfo Ahrons e pelo Comodoro Geraldo Tollens Linck.
A construção da Ilha e do ancoradouro se fazia necessário em função do reduzido espaço no Continente para abrigar os barcos de competição e garantir segurança aos veleiros em função dos ventos do Minuano. Depois do Mundial de Snipe, em 1959, o clube já não tinha como guardar tantos barcos: eram 42 snipes e pingüins, além de um Finn olímpico. Na época foi necessário construir um pavilhão de madeira, no espaço de uma cancha de tênis, para atender o crescimento do esporte de vela. A partir de uma quermesse, denominada A Festa da Vela, foi possível obter receita para construção do novo local que recebeu o nome de Pavilhão Edgar Sigmann. Enquanto a Ilha era um projeto em andamento, os sócios curtiam a beira do Rio Guaíba com suas crianças se banhando em dias de sol e calor; os pais velejando e uma piscina ainda era um sonho distante.
Já no final de 1967 a Iha dos Jangadeiros ganhava seu primeiro contorno e naquele momento a diversão ficava por conta de jogos de futebol em um campo improvisado de pura areia e terra. Alguns quiosques de Santa Fé garantiam a proteção do sol para as famílias que lá desfrutavam do novo ambiente ainda em fase de construção. O trabalho de dragagem, aterro e dos molhes de contenção foi evoluindo dentro das condições e possibilidades, uma vez que as dragas pertenciam ao Estado e muitas vezes estavam em operação de obras públicas. E problemas foram o que não faltou ao longo desta jornada, desde a mudança do mestre da draga, várias quebras de mangotes e até falta de combustível. Se nas obras realizadas na água havia complicações, em terra não era diferente, com problemas para contenção do aterro nos limites de interesse do projeto. Foram necessárias máquinas rodoviárias e escavadeiras hidráulicas para a construção de diques provisórios no decorrer da dragagem para evitar que o aterro voltasse para dentro do ancoradouro.
Mesmo assim a segunda etapa do aterro foi concluída em 1972, abrindo espaço para a construção da Escola de Vela Barra Limpo, inaugurado em 13 de dezembro de 1975. Em 1977 estava concluído o atual projeto, com os espaços para o ancoradouro à direita protegidos do vento sul a partir da formação da Ilha dos Jangadeiros.
Com a nova área conquistada, a falta de espaço deixou de ser um problema para o clube. Foi quando o Comodoro Geraldo Linck veio com a seguinte pergunta: o que vamos fazer na ilha? E a resposta não demorou: Chaguinha apresentou o desenho do Plano Piloto da Ilha e o antigo sonho do patrono Leolpodo Geyer se tornava uma realidade.
Nas palavras de Geraldo Linck, no livro Clube dos Jangadeiros – Uma História de 50 anos, “acredito hoje mais do que antes que o associado não tem ideia da grandiosidade da obra que está usufruindo”. Ao encerrar o capítulo Uma Ilha no Rio, Linck destacou a participação do engenheiro Cláudio Aydos, Edmundo Soares, Kurt Keller, Edgar Sigmann e Luiz Chagas (Chaguinha) como os alicerces desta que foi a construção de uma ilha em pleno Rio Guaíba. Além destas lideranças é bem verdade que inúmeras pessoas, associados ou não, tiveram participação direta neste grandioso projeto, que somou cerca de 20 anos entre o desejo de fazer e sua efetiva conclusão.
Embora não exista uma data oficial de sua inauguração, dois momentos se destacam com o final de suas obras: o primeiro foi a abertura da Escola de Vela, que levou o apelido do velejador e campeão brasileiro da classe Pinguin, Walter Hunshe – o Barra Limpa. Ele faleceu em um acidente de trânsito e seus pais fizeram a doação do projeto e execução das obras da escola em homenagem à sua memória e pela dedicação que tinha pelo esporte. O segundo momento histórico, que se tornou o marco de sua inauguração, foi em 1981, quando já havia maior infra-estrutura física e paisagística, além do asfalto em suas vias de acesso para o tráfego de veículos.
Edmundo, o Comodoro “Jangadeiro”de corpo e alma
Por quatro décadas, entre 1956 e 1990, o jornalista Edmundo Fróes Soares foi Comodoro em oito oportunidades e como vice-comodoro esportivo em outras seis gestões. Diretor de Redação da Folha da Tarde, Edmundo foi um “Jangadeiro” de corpo e alma e sua paixão pelo clube se transmitia pelo incentivo, apoio e, principalmente, pelo empenho em realizar eventos marcantes no cenário esportivo.
Todos os Comodoros do Clube dos Jangadeiros
1941
Comodoros
1941 – Leopoldo Geyer
1944 – Leopoldo Geyer
1946 – Amadeu Lopes Maisonnave
1946/1948 – Carlos Fleck
1948 – Amadeu Lopes Maisonnave
1948/1950 – Trinvirato
Luiz Carlos Heinz Hony
Helmut Spieker
Alfredo Steiner
1951
1950/1952 – João Rodolfo Bade
1952/1954 – Walter Güttler
1954/1956 – Walter Güttler
1956/1958 – Oscar Piccolo
1958/1960 – Edwin Ricardo Hennig
1961
1960/1962 – Geraldo Tollens Linck
1962/1964 – Edgar Willy Siegmann
1964/1966 – Edmundo Fróes Soares
1966/1968 – Edwin Ricardo Hennig
1968/1969 – Edmundo Fróes Soares
1969/1970 – Edmundo Fróes Soares
1971
1970/1971 – José Carlos Bohrer
1971/1973 – Frederico Linck Neto
1973/1977 – Edgar Willy Siegmann
1977/1978 – Edmundo Fróes Soares
1978/1979 – Edmundo Fróes Soares
1979/1980 – Edmundo Fróes Soares
1981
1980/1981 – Edmundo Froes Soares
1981/1982 – Carlos Franco Voegeli
1982/1983 – Luiz Fernando Santiago Velasco
1983/1984 – Luiz Fernando Santiago Velasco
1984/1985 – Pedro Cesar de Oliveira Filho
1985/1986 – Jorge Decken Debiagi
1986/1988 – Jorge Decken Debiagi
1988/1990 – Luiz Szabo Adasz
1991
1990/1992 – Marco Aurélio Paradeda
1992/1994 – Pedro Antonio Pereira Pesce
1994/2000 – Paulo Renato Möller Paradeda
2001
2000/2002 – Michael Weinschenck
2002/2004 – Waldemar Bier
2004/2006 – Cristiano Roberto Tatsch
2006/2008 – César Augusto Rostirolla
2008/2010 – César Augusto Rostirolla
2011/2012 – Renê Garrafielo
2012/2014 – Renê Garrafielo
2014/2016 – Manuel Ruttkay Pereira
Walter Hunshe, o Barra Limpa
Ao lado da porta principal que dá acesso à Escola de Vela está lá o painel, em escultura de cimento, com destaque ao nome Barra Limpa. O apelido do velejador Walter Hunshe e campeão brasileiro da classe Pinguin, se tornou o nome da escola desde sua fundação, há 36 anos. A homenagem partiu de seu pai, Werner Hunshe, que fez a doação do projeto e da execução da Escola de Vela quando a Ilha dos Jangadeiros estava na fase final de construção. Seu filho, o Barra Limpa, faleceu em um acidente de trânsito na capital em 1971 e a família decidiu manter os sonhos do jovem velejador através deste gesto, através de um espaço de formação para as futuras gerações de velejadores. Em quase quatro décadas a escola de vela já formou centenas de velejadores nas mais diferentes classes de monotipos, para crianças e adultos. Também é responsável por cursos de Vela Oceânica e para habilitações em Arrais, Mestre e Capitão Amador.
Pela escola já passaram centenas de campeões e velejadores que buscam aperfeiçoamento técnico em busca das habilitações exigidas pela Marinha para navegação em Oceano. Na Escola de Vela Barra Limpa o único requisito é querer aprender a velejar. Talvez por isso uma característica venha se repetindo a cada Curso de Iniciação à Vela. São pais e filhos, irmãos e irmãs, tias e sobrinhos, netos e avós, que começam a aprender juntos. “Acontece muito de o pai trazer o filho para a aula de Optimist e acabar se interessando pelo esporte”, conta Rodrigo Aquino, professor da Escola de Vela Barra Limpa. Outro caso destacado por Aquino é o do aluno que faz o curso e, quando chega em casa e fala sobre as aulas, contagia os demais familiares. “Muito casais começam juntos também”, frisa.
Cláudio e Lucy Aydos, o casal Jangadeiros
A ligação de Cláudio Alberto Aydos com o Clube dos Jangadeiros se dá aos treze anos e a partir do dia da fundação do clube, levado pelas mãos do seu pai, Alberto Dubois Aydos (presidente do Conselho Deliberativo). “A festa de fundação do Clube dos Jangadeiros aos olhos de um garoto de 13 anos foi um deslumbramento. Eu nunca tinha visto tanta gente reunida, nem tanta alegria numa reunião. Lembro-me como se fosse ontem do doutor Nilo Ruschel junto àquela porta lateral da Sede do Continente e, transformando a escadaria como um palanque, fazer a leitura do discurso inaugural. Se sua vida é a própria história do clube, é bem verdade que nesta travessia uma pessoa muito especial esteve sempre ao seu lado: a esposa Lucy Aydos, que conheceu quando fazia parte do Departamento Feminino de Vela e competia como timoneira no barco. Hoje, entre suas rotinas no clube, são vistos no salão do Continente, em nosso restaurante, durante o almoço. E passeiam pela ilha, como sempre fizeram ao longo deste tempo.
Talvez nenhuma outra entidade, até hoje, tenha sido cercada, no seu nascedouro, de tanto otimismo e de tanta unanimidade” recorda Aydos um trecho da fala de Ruschel na ocasião do ato de fundação, em sete de dezembro de 1941. Otimismo este que já estava no sangue do ainda menino velejador, batizado nas águas do Guaíba em seu primeiro Biguá, um barquinho de apenas três metros. E onze anos mais tarde, em 1952, 24 anos, assumia sua primeira Vice-Comodoria ao lado de Walter Günttler, Comodoro daquela gestão. E não parou mais de participar e de se envolver com todas as atividades do clube, em especial, pelo Departamento de Vela. Hoje, aos 86 anos, Cláudio Aydos é a memória viva do clube, conhecedor das lutas e dedicação das Comodorias ao longo destas sete décadas. E como ele mesmo diz: “cultivar a história e a tradição é sempre muito importante porque, se os pessimistas dizem que quem esquece o passado está condenado a revivê-lo, mas como otimista que sou, prefiro dizer que quem não esquece o passado, tem história para contar”.
E são muitas as histórias e estórias neste universo de vela e de navegação que o Comandante do Minuano e o sempre Vice-Comodoro Cláudio Aydos não deixa no esquecimento aquele menino de calças curtas que hoje é vivido pelo seu neto, o Silvaninha (Lucas) na classe Optmist, a quarta geração da família Aydos. São 60 anos de convivência e três filhos: Luiz Alberto (Xumbico), Carlos Alberto (Cabeco) e Jorge Alberto (o Silvana) e três netos: Luiza, Maria Eugênia e Lucas, o herdeiro do avô Cláudio que mantém o barco na água e o espírito da família pela prática do esporte de vela.
Duplas do 470 rumo a Copa Brasil de Vela, em Niterói
Neste sábado, dia 06 de setembro, Tiago Brito e Andrei Kneipp viajam para o Rio de Janeiro para a disputa da Copa Brasil de Vela. Foram dois meses de treino na raia da Tristeza para aprimorar as manobras, situações de regata e também a largada. A dupla tem como objetivo máximo conquistar uma posição entre os dois primeiros colocados para assegurar a vaga na equipe de vela olímpica que vai disputar os campeonatos em 2015. “Nós estamos indo mais cedo para treinar na raia com os outros barcos e regular as velas para que tudo dê certo e possamos nos concentrar na velejada durante o campeonato”, completou Andrei.
Após as regatas do Campeonato Estadual da Classe 470, Fernanda Oliveira e Ana Barbachan, que realizaram mais um treino nesta sexta-feira, viajarão para o Rio na próxima segunda-feira, como conta Ana. “Vai ser um evento prestigiado que vai contar com várias tripulações de fora. Nós vamos tentar treinar pelo menos uma semana antes do início do campeonato”, disse Fernanda Oliveira.
A Copa Brasil de Vela acontece de 13 a 20 de dezembro nas raias olímpicas de Niterói, no Rio de Janeiro e vai reunir velejadores das classes Laser, Laser Radial, 470 masculino e feminino, Finn, 49er, 49er FX, RS:X masculino e feminino e Nacra 17, onde participa o velejador gaúcho Fábio Pillar.
As regatas dos 73 anos do Jangadeiros
As regatas comemorativas ao 73º Aniversário do Clube dos Jangadeiros começam nesse sábado, dia 06 de dezembro, com a XIII Regata em Solitário e as disputas para os Monotipos (Snipe, Soling, Dingue, Laser, Hobie Cat, 420, 420 e Optimist). Já no domingo, serão realizadas as regatas de Oceano, para as classes ORC , RGS , J-24 e Microtoner 19, e também o tradicional Velejaço.
A entrega de prêmios acontece no domingo, às 19h30, na Sede da Ilha dos Jangadeiros. As inscrições podem ser efetuadas nas secretarias esportivas dos clubes filiados à Federação de Vela do Rio Grande do Sul (Fevers). Mais informações pelo telefone (51) 3094-5764 ou pelo e-mail esportiva@jangadeiros.com.br.
Mais informações podem ser obtidas no Aviso de Regatas: http://goo.gl/1x5UCX
Confira abaixo a programação das regatas:

Jantar baile dos 73 anos
Uma festa alinhada, convidados ilustres e todo o glamour de uma festa na Ilha dos Jangadeiros. Tudo isso por um motivo muito especial: a comemoração dos 73 anos do Clube dos Jangadeiros. As festividades começam com um coquetel de confraternização entre os convidados a partir das 19h30. Em seguida, será realizado o jantar comemorativo aos 73 anos do Clube dos Jangadeiros com um cardápio variado entre . E para fechar a noite com chave de ouro, após o jantar acontecerá o Baile de Aniversário. A expectativa é contar com a presença de mais de 150 convidados em uma noite marcada pelo clima de integração e confraternização nessa data tão especial.
Site registrou 1,3 milhão de acessos em novembro
Com mais de 400 mil acessos às notícias no mês de novembro, o site do Clube dos Jangadeiros recebeu mais de 1,3 milhão de hits de acessos que incluem imagens, 832 mil páginas diversas, documentos disponíveis no site (aviso de regatas, resultados, ouvidoria, administração, eventos e locações) e o portal de notícias, atualizadas diariamente. No mês de outubro o número de acesso foi de 560 mil e, em setembro,de 621 mil. “O número superior a um milhão de acessos, em novembro, se deu pela concentração de eventos sociais e esportivos, com alto índice de audiência dos sócios e da comunidade náutica, que são o público de interesse que busca notícias e informações em nosso website” disse Guto Moisés, assessor de comunicação do CDJ. De acordo com Daniel João, da RSWA, empresa de gestão que hospeda o website, “considerando um site com foco específico na área náutica, o número de acessos é muito expressivo, que por certo tem apoio nas ações da área de comunicação, com o envio de notícias pela newsletter Jangada News e pela atualização das redes sociais (Fascebook e Twitter),” analisou.
Estatísticas novembro de 2014
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