Dedá e a retomada da Federação de Vela do Rio Grande do Sul

Muitos contratempos e dificuldades desafiaram a Federação de Vela nos últimos anos, mas ela ressurgiu e tem nova diretoria graças à obstinação de um homem chamado Carlos Henrique de Lorenzi. No Clube dos Jangadeiros todos o conhecem como Dedá. 

A Federação de Vela do Rio Grande do Sul (FEVERS) foi criada em 1941, na época fundada como Federação de Vela e Motor do Rio Grande do Sul. O seu primeiro presidente foi Leopoldo Geyer, o também cofundador do Clube dos Jangadeiros. Desde então, a FEVERS promove a organização de campeonatos e regatas, apoia os clubes náuticos, contribui na formação de atletas e atua como autoridade regional. 

Um de seus presidentes foi justamente o Dedá. Ele, além dessa função, também foi Secretário Administrativo da entidade e atualmente é um dos funcionários da secretaria esportiva do Janga. Começou a velejar no Clube quando tinha 16 anos e chegou a ser campeão brasileiro de Snipe. “Eu não sei se aqui é a minha primeira ou segunda casa”, relata sobre a sua relação com o Clube.

Segurando a peteca 

Na década de 90, uma lei regularizou o bingo como forma de arrecadar recursos para clubes esportivos. É neste ponto que a história da Federação e de Dedá se cruza com um bingo de Canoas. Durante alguns anos, a Federação, que tinha Dedá como Secretário Administrativo, recebeu apoio deste bingo. A contribuição era depositada todos os meses, mas a quantidade dependia do rendimento do jogo. Assim sucedeu-se até a proibição dos bingos, anos depois. 

Em 2011, quando Dedá passou de Secretário Administrativo a Presidente da Federação, a Justiça Federal bloqueou as contas da entidade pela irregularidade do bingo no pagamento de tributos. “Eu fiquei sozinho. Todo o pessoal caiu fora, eles tinham medo da Receita. Não tem nada a ver uma coisa com a outra, mas eu sempre respeitei a opinião deles”, conta Dedá, que manteve a Federação ativa, com todos esses problemas, durante 12 anos. “Chegou um momento que eu achei que não ia dar, mas eu segurei no braço”, relata. Durante esse período, a Federação não deixou de cumprir com nenhuma de suas atribuições estatutárias, pois as contribuições dos velejadores afiliados continuaram sendo fiscalizadas pela FEVERS. 

Há dois anos, o atual Vice-Comodoro Administrativo do Jangadeiros, Marcelo Guimarães, o Apoja, entrou na história e começou a lidar com os problemas jurídicos e fiscais da Federação. Entre as ações tomadas, auxiliou na baixa e extinção das execuções fiscais, na regularização do CNPJ da entidade junto à Receita Federal do Brasil, diligenciou junto ao cartório da pessoa jurídica para atualização dos dirigentes e regularização do período em que a Federação ficou sem registrar movimento. Essa atuação se manteve até que a FEVERS pudesse estar em atividade com todas as exigências legais e formais. 

Em julho de 2025, a Federação voltou à atividade com a eleição de uma nova diretoria que tem cmo presidente Paulo Gonçalves. Questionado sobre o que deseja para essa nova fase, Dedá responde: “Olha, eu espero que esse pessoal que está assumindo agora toque para frente a Federação e tudo aquilo que foi feito. E que não deixem a peteca cair”.

O Clube dos Jangadeiros reconhece a persistência de Carlos Henrique De Lorenzi e o empenho de Marcelo Guimarães em prol da vela no Estado. Fica o nosso agradecimento ao renitente Dedá e ao resoluto Marcelo.