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Gabriel Simões, do Jangadeiros, encaminha vaga olímpica ao lado de Marco Grael

O Clube dos Jangadeiros estará representado nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. O atleta Gabriel Simões encaminhou a classificação olímpica ao lado de Marco Grael na classe 49er nesta quinta-feira (25).

A dupla venceu a 15ª e última regata da série qualificatória e vai para a medal race de sexta-feira em terceiro lugar, com 89 pontos, atrás da Alemanha e da Bélgica. Para garantir definitivamente a vaga, eles apenas precisam largar. Mesmo se não chegarem, só podem ser ultrapassados pelos atletas de Hong Kong, e os quatro primeiros colocados vão para os Jogos de Paris. Os asiáticos e a Itália disputam a última vaga olímpica.

“É uma emoção bem grande poder estar vivendo este sonho. Mas o caminho ainda é longo”, celebrou Gabriel.
A competição classificatória é disputada em Hyères, na França.

Gabriel é proeiro de Marco Grael, filho do bicampeão olímpico Torben Grael.

História na vela

Gabriel Simões começou a velejar na Escola de Vela Barra Limpa, do Clube dos Jangadeiros, em um barco da classe optimist — onde, por conta do nome do barco, ganhou o apelido de Dom.

Depois, migrou para a classe 29er, onde ficou três temporadas e conquistou dois títulos brasileiros. O resultado destacado na classe pré-olímpica lhe rendeu o convite para ser proeiro de Marco Grael, e a dupla compete junta há mais de um ano.

Em entrevista, Robert Scheidt fala sobre os desafios de competir na 49er e deixa recado para os mais jovens

A partir das 19h de hoje (5), inicia a Copa Brasil de Vela. Mas enquanto os barcos não vão para a água, aproveitamos para falar com o medalhista olímpico Robert Scheidt. Durante a entrevista, minutos antes do treino, ele falou sobre a expectativa de começar em uma nova classe e da importância de preparar as futuras gerações olímpicas do Brasil.

Falando sobre o 2º Descobrindo a Vela no Jangadeiros, evento realizado no Clube neste domingo, ele também relembrou o seu início no esporte. “A vela é um esporte em que você interage com os elementos da natureza e foi isso que sempre me atraiu quando eu era jovem e começava no Optimist. Eu gostava do simples fato de colocar o meu barco na água e usar a força do vento, interagir com o ambiente”.

Confira a entrevista completa a seguir.

Como está sendo esse desafio de competir na 49er depois de tanto tempo no Laser?

É bem motivador! Eu que sempre velejei em barcos lentos, que possuem uma tática diferente, agora inicio em um extremamente rápido, com três velas e proeiro, que requer muita agilidade. É uma mudança grande, mas estou gostando muito. Tenho a sensação de que me completa como velejador aprender a competir em um barco assim. Ainda é cedo, eu velejei poucas vezes na 49er, então tenho muito o que melhorar, mas tenho um excelente proeiro, o Gabriel, com uma boa bagagem, o que ajuda muito. Estou bem feliz em estar aqui, em Porto Alegre, um lugar que sempre tive prazer em competir.

E o que tu podes nos dizer sobre essa raia aqui do Guaíba em que vais competir?

É uma raia muito dinâmica e, pelo Guaíba ser raso, há uma onda picada que dificulta bastante a condução do barco. O vento também é bom, mas você tem a chance de ter uma semana de vento fraco. Então, basicamente é preciso estar pronto para tudo aqui.

Até ontem tivemos o Brasileiro de 29er aqui no Jangadeiros, uma classe jovem que é como uma preparação para a 49er. Que recado você pode deixar para essa nova geração?

Eu acho que o 29er é um barco muito bom, especial para você ir ganhando experiência, já com proeiro e com balão assimétrico, em um esquife, que é o mesmo modelo do 49er. Então, começar cedo nesse barco já é um grande passo. Espero que a gente estimule cada vez mais essa classe, que precisa crescer bastante para depois termos esses velejadores migrando para a 49er, que aí o sonho olímpico começa a ser despertado.

Hoje tivemos o Descobrindo a Vela, que abriu as portas do Jangadeiros para os pequenos. O que a vela pode trazer para essas crianças?

Acho que é essa a mensagem: a criança que vai velejar não tem que ter o intuito de virar um campeão, mas de ter prazer naquilo e viver em um ambiente saudável para, aos poucos, criar o instinto competitivo. Mas isso é até secundário. O principal é você aprender um esporte novo e maravilhoso como é a vela.