Uma história campeã

Carlos Henrique de Lorenzi

—> Sócio do Jangadeiros desde a década de 50

—> Campeão brasileiro da Classe Snipe em 1967 como proeiro de Nelson Picollo, Ouro nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg, em 1967, e Campeão Mundial da Classe Snipe, em 1967

“Lá pelos idos de 1957 comecei a frequentar o Clube convidado por dois colegas do colégio Padre Reus – Boris Ostergren e Sergio Cristo – onde mais tarde me associei como sócio filhote. Participei como curioso de todo o 1º Campeonato Mundial de Vela da classe Snipe organizado pelo Clube, que foi um sucesso total.

Depois disso comecei a aprender a velejar nos barcos da classe Jangadeiros, verdadeiras escolas para nós que queríamos aprender. Acompanhei toda a transformação do Clube, que é hoje esta maravilhosa ilha que tanto nos orgulha. Deixei um pouco da minha participação na sua construção, trazendo as chatas com pedras oriundas da pedreira da Ponta Grossa, no saudoso Canuzão.

Anos mais tarde, já entrosado com o pessoal de vela, comecei a navegar na classe Snipe fazendo dupla com o Geraldo Linck, onde aprendi a ‘profissão de proeiro’. No ano de 1967 recebi um convite do multicampeão Nelson Picollo para formar uma dupla e competir no Campeonato Brasileiro da classe Snipe em São Paulo. Claro que, contente e feliz, aceitei e fomos competir.

Voltamos como campeões brasileiros da classe e com o direito de participar do Pan-Americano no Canadá, na cidade de Winnipeg.

Fomos viajar com a delegação brasileira pela saudosa Varig, no Boeing 707. Chegando por lá, recebemos nosso barco totalmente estranho para nós, pois tratava-se de um barco de fibra e mastro de alumínio. Treinamos um pouco e fomos para as regatas. Estávamos numa disputa bem acirrada com a equipe americana, mas vencemos as dificuldades e ganhamos a medalha de ouro, que por sinal foi uma das poucos neste evento.

No mesmo ano viajamos para Nassau, Bahamas, para competir no Campeonato Mundial da classe, onde nos tornamos campeões mundias, sempre fazendo parceria com meu comandante e amigo Nelson Picollo.

Após, parei de velejar e passei a me dedicar ao trabalho pelo Clube, onde fui Diretor de Monotipos e me tornei Juiz Nacional de Regatas, função que exerço até hoje”.