O sócio escolhido nesta edição da Jangada News possui uma rotina um tanto quanto imprevisível. Há mais de sete anos, ele atua como piloto na Latam e a cada semana os seus dias de trabalho são alterados, algo característico da profissão. O que não muda para o piloto é o seu lugar favorito para passar os dias de folgas ao lado de sua família e amigos: o Clube Jangadeiros.

Sócio desde dezembro último, Boleto vê no Janga o lugar ideal para momentos de lazer e descanso. “Sou fã do clube. A estrutura é muito boa e as pessoas são muito legais. São várias as possibilidades de diversão, esporte e lazer”, declara. Desde cedo já frequentava o espaço como sócio dependente de seu pai.

Acostumado a estar a quilômetros do chão, o piloto gosta de ficar na água sempre que possível para a prática de windsurf e kitesurf, seus hobbies preferidos. Ele celebra a rampa construída em frente ao estacionamento do Jangadeiros que facilita a subida dos barcos de kite e de windesurf.
O seu filho Daniel, de apenas 4 anos, já começa a seguir os passos de velejador do pai em um mini kitesurf. O pequeno também foi presenteado com uma lancha de controle remoto. “Ele pilota na piscina, no Guaíba, anda de bicicleta e de skate. É um andarilho. Não para um minuto”, brinca Boleto.

Já a sua esposa Amanda tem predileção pelo espaço da piscina, onde costuma aproveitar para tomar sol. O piloto comenta que a única ocasião em que não se desloca ao Janga nos seus dias de folga é quando coincide de Amanda estar trabalhando na mesma data. “Mesmo assim freqüentamos bastante. É o lugar para cultivarmos nosso tempo em família”, afirma.

O Janga é eleito pelo piloto para passar também por momentos memoráveis como o de seu último aniversário. Ele que raramente comemora o aniversário em função da data ser próxima da virada de ano, dia 2 de janeiro, resolveu, dessa vez, iniciar o ano com celebração. “Foi muito legal reunir família e amigos na churrasqueira coberta”, recorda.

A tradicional Festa Junina do Jangadeiros, festejada no último sábado (24), teve todos os elementos de uma das festas mais populares do Brasil. Não faltaram comidas, canções típicas, decoração com as famosas bandeirolas e animadas brincadeiras.

Conforme o comodoro Manuel Ruttkay Pereira, a organização da festança foi firmada em três objetivos: reunir o associado, angariar fundos para atividades náuticas e apresentar o clube para quem ainda não o frequenta. “Foram liberados a cada sócio cinco convites sem ônus qualquer para que ele trouxesse amigos e familiares. O sócio fica mais a vontade para festejar com quem ele quer e não deixa de ser uma maneira informal de apresentarmos o Clube. As pessoas vêm, gostam e desconstroem a ideia de que somos um clube de elite no qual é difícil de entrar”, explica.

O sócio e engenheiro elétrico Cid Paim, pai de Vitor Paim e do atual campeão brasileiro de 29er, Ian Paim, destacou a união das diferentes flotilhas do clube para arrecadar fundos. “É a primeira vez depois de anos que todas as flotilhas se reúnem. As (flotilhas) mais jovens irão usar a arrecadação para participar da Copa da Juventude que acontecerá em Recife, de 2 a 8 de setembro”, diz.

Frequentador desde a década de 1980, o cirurgião dentista Nebas Velasco ressalta a aproximação que o evento promove. “Venho todos os anos pelo convívio com outros colegas e reencontros de velejadas”, afirma. Já a médica Tatiana Simões aponta a alegria da filha Julia como principal motivação para comparecer ao arraial. “Posso deixar ela solta, brincando”, diz Tatiana enquanto observa Julia entretendo-se na brincadeira das argolas.

A mesma empolgação era vista no colorado Matheus Debus, de 6 anos. O pequeno conta que o que mais gostou da festa foram, em especial, a cama elástica e o “brinquedão”, espécie de tobogã inflável.

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Janga é referência na área graças ao conceito de
“prevenção” e dedicação da equipe

O porto de um clube naútico é estratégico para a manutenção, preparo dos barcos em competições, segurança e resgate das embarcações. O Jangadeiros é também modelo neste item. Tendo à frente o marinheiro máster, Marcelo Lima, 40 anos, funcionário do Jangadeiros há 23 anos, a equipe formada por seis marinheiros são aqueles profissionais que, em dia de fortes ventos e chuva, a qualquer hora do dia ou da noite, trabalham para garantir a integridade das embarcações, percorrem cada uma delas nos trapiches para ajustar cabos, revisar as amarras e mastros. O lema é trabalhar com prevenção, se antecipar às intempéries e tomar as providências necessárias.

Também são eles que em todas as regatas, competições ou treinos colocam os barcos no rio, cuidam para não faltar os equipamentos de boia ou coletes salva-vidas. Também cabe a equipe do porto colocar às margens do Guaíba, puxados por tratores, as lanchas para uso dos associados, fazer os socorros em caso de resgate, ordenar o estaleiro do Clube, onde estão instalados prestadores de serviços de diferentes áreas do mundo náutico, limpar e organizar os pavilhões das lanchas.

Todos os dias da semana, menos segunda-feira, esses profissionais jangadeiros movimentam embarcações dos associados com trator e lingadas com guincho, preparam os barcos dos técnicos e instrutores para uso da Escola de Vela, por exemplo, e também respondem por preparar o material para as regatas nos botes infláveis e nos barcos de Comissões de Regatas, com tudo o que é exigido nessas ocasiões.

Essas e outras atividades são realizadas sempre com o mesmo propósito: manter a tradição do Jangadeiros, aos longos dos seus 75 anos, entre os principais Clubes Naúticos do Brasil. Fazem parte da equipe Fabiano Viana do Nascimento, Jorge Correa Duarte, Éder Silveira da Silva,Igor Silveira de Lima e Paulo Jesus, funcionário há 35 anos. “Todos têm a mesma experiência, se hoje o Jorge está de folga qualquer um dos outros que eu colocar no lugar dele vai saber operar”, frisou Marcelo Lima.

Ao presenciar as filhas se divertindo no Jangadeiros, o médico anestesista relembra da sua infância. Natural de Passo Fundo, ele se mudou logo cedo para o município de Santo Ângelo, na região das Missões, onde foi criado. “Lembro de poder brincar solto pelas ruas ou parques sem problema de assalto ou segurança. O Jangadeiros, com a sua estrutura, resgata isso para as minhas filhas”, observa.

Uma vez por semana Luciano de Oliveira Marcondes, 44 anos, desloca-se do bairro Menino Deus até o Jangadeiros para que ele e sua família possam respirar um ar mais puro. Marcondes é sócio do clube há aproximadamente um mês, período mais do que suficiente para que se encantasse com o ambiente do lugar. “Amigos que já são sócios me levaram para conhecer o clube. Gostamos do ambiente familiar, da infraestrutura e do espaço junto à natureza que o Jango oferece”, destaca.

A escolha pelo clube se deu também por uma filosofia de vida que Marcondes preserva. “Gostamos de estar sempre em contato com a natureza, onde a intervenção do homem seja a menor possível”, diz. O mesmo pensamento auxilia na escolha de suas viagens com a família. Fernando de Noronha e o litoral uruguaio são lugares destacados por ele como inesquecíveis.

O entusiasmo de se dirigir à beira do rio Guaíba não é somente de Marcondes, mas também de sua esposa Roberta e de suas filhas Rafaela, de 7 anos, e Manuela, de 3 aninhos. Conforme o pai, o local predileto das pequenas no Janga é em meio à ampla área verde do local. “Ver as crianças brincando ao ar livre é o que nos faz voltar sempre”, enfatiza.

O médico, que nas horas vagas gosta de praticar corridas e natação em seu condomínio, já tem em mente qual será o seu próximo hobby. “Estou planejando para mim e para a minha família o ingresso no curso de vela do clube”, prevê. Atividades que contribuem e contribuirão para aumentar a qualidade de vida do médico. “Como trabalho em blocos cirúrgicos, locais fechados, prezo muito em poder estar ao ar livre”. Marcondes é um dos médicos anestesiologistas do Clar, Clínica Anestesiológica que presta serviço aos principais hospitais de Porto Alegre.