Da Escola de Vela à campanha olímpica: Guilherme Plentz representa o Jangadeiros no iQFoil

O velejador Guilherme Plentz, 24 anos, formado no Clube dos Jangadeiros, está em plena campanha olímpica pela classe iQFoil — uma das mais recentes e velozes da vela. Representando o Brasil em competições internacionais, o atleta embarca em julho para o Mundial da modalidade, na Dinamarca, considerado o primeiro grande evento do novo ciclo rumo aos Jogos Olímpicos de Los Angeles 2028.

Raízes no Jangadeiros

A história de Guilherme com a vela começou, como tantas outras, na Escola de Vela Barra Limpa. Filho de velejador, quando criança passava os finais de semana no clube entre amigos, jogando bola e subindo em árvores, até que foi influenciado pela turma a participar do Jangadinha. “Comecei com sete para oito anos. Desisti no inverno, voltei depois. No início, fiquei por conta dos amigos, mas os resultados vieram rápido. Aos 12, percebi que talvez eu fosse bom nisso”, relembra.

No Optimist, participou de campeonatos, e depois passou também por diferentes classes — Snipe, 29er, 420 e Laser — até descobrir seu talento nas pranchas. Um dos marcos em sua trajetória foi o apoio da atleta olímpica Patrícia Freitas, que o acolheu em um período decisivo. “Ela me emprestou todo o material, que era caríssimo, e disse: ‘Só quero que você treine’. Aquilo mudou tudo”.

A partir daí, Guilherme não parou mais. Aos 17, mudou-se para Búzios (RJ) para treinar e se classificou para o Mundial da Juventude e para a Olimpíada da Juventude. Quando já se consolidava na RS:X, a classe foi substituída pelo iQFoil, prancha com tecnologia de foil que parece sobre a água e exige alto desempenho. Com isso, vieram novos desafios — inclusive físicos: precisou ganhar quase 20 quilos para competir em igualdade com os adversários.

Campanha olímpica e desafios atuais

Com o início do ciclo olímpico 2025-2028, Guilherme mira uma vaga em Los Angeles. Apesar de não ter se classificado para Paris 2024, ele segue na elite da modalidade e hoje consegue manter o circuito internacional graças a patrocínios viabilizados pela Lei de Incentivo ao Esporte. “Treinei na Holanda, competi na Espanha e agora vou para o Mundial da Dinamarca, que define muito do que será esse ciclo: apoios, equipes, ranqueamentos.”

O objetivo no Mundial é claro: chegar à flotilha ouro, a elite da competição. “Ainda estou um pouco atrás, mas com todo esse treinamento, acho que é possível. Esse campeonato vai ser muito importante para minha moral e para definir apoios.”

Formação que vai além da vela

Para Guilherme, a vela é muito mais do que esporte. “O Optimist me ensinou muito cedo sobre esforço, responsabilidade, hierarquia. Quando você começa a se esforçar e vê que os resultados vêm, isso dá um senso de meritocracia muito importante.”

Guilherme é um dos grandes nomes do país na iQFoil e segue como um exemplo inspirador de como o Clube dos Jangadeiros forma atletas — e pessoas — que vão muito além da raia. Que venham os ventos da Dinamarca!